Chegada dos Mínimos ao Brasil

Em 1955, concluídas as tramitações burocráticas entre a Arquidiocese do Rio de Janeiro e o Governo Geral da Ordem dos Mínimos na Itália, com o cumprimento das exigências canônicas para a instalação da Comunidade Mínima na Arquidiocese do Rio de Janeiro, foram nomeados os religiosos para construir a primeira comunidade no Brasil, que foram:

Pe. Frei Giuliano Accardi, originário da Província de Gênova;

Pe Frei Luigi Allevato, sacerdote recém-ordenado, originário da Província de Paula;

Frei Natale Ravasio, irmão leigo, originário da Província de Gênova, embarcando para o Brasil, no navio Augustus em 04/11/1955.

Chegaram no Rio de Janeiro, no dia 16/11/1955, sendo recebidos no porto pelo Cardeal D. Jaime de Barros Câmara e pelo pároco da Matriz de N.S. da Luz, do Alto da Boa Vista, o padre beneditino D.Francisco de Assis Ohnmackt e também por um frade capuchinho, que acompanhou os recém chegados ao Convento dos Capuchinhos, na R. Haddock Lobo 266, onde tiveram sua primeira hospedagem na cidade.

Após um mês no Convento dos Capuchinhos, a pequena Comunidade dos Mínimos se transferiu, em 19 de Dezembro, para uma nova residencia, no à época  distante bairro da Barra da Tijuca, como acordado entre o Arcebispo do Rio de Janeiro e os Superiores da Ordem.

Era um apartamento oferecido pelo casal Mário e Dina Busca, italianos, bem em frente à praia, distante 25km do centro da cidade, uma área ainda totalmente desabitada, com a presença de apenas alguns pescadores e algumas “boates”.

Esta região, que era subordinada à Paróquia de N.S. da Luz, passa a ser de agora em diante, de responsabilidade dos Padres Mínimos.

Não havendo nenhuma capela católica na região, no dia de Natal de 1955 e no dia 1º de Janeiro de 1956, as Missas foram celebradas na Escola Pública Primária “Almeida Garrett”.

Nossos padres, durante a semana, se deslocavam até a Igreja de São Benedito dos Homens Pretos, no centro da cidade, para rezar as Missas.

Primeira capela

Meses depois, a pedido dos nossos padres, a Cia. Imobiliária “Tijucamar”, que estava loteando a área hoje conhecida como Jardim Oceânico, construiu para eles uma capela em madeira de 5,00 x 4,00 no meio de uma pracinha pública, a uns 500m da residência dos padres, que foi inaugurada em 19/08/1956, passando a região à contar com duas Santas Missas Dominicais, às 7h e às 10h.

O crescimento de nossa paróquia foi rápido, pois no fim daquele mesmo ano, nossos padres decidiram construir uma Igreja maior, ao lado da pequena capelinha, contando para isso com a valiosa ajuda do Eng. Ripert Nogueira. 

A nova capela, medindo 16,00 x 16,00m foi inaugurada em 19 de maio de 1957. A Santa Missa de inauguração celebrada pelo Cardeal D. Jaime de Barros Câmara, com a presença de autoridades civis e militares, o Consul da Itália e vários compatriotas italianos, principalmente calabreses.

Criação da Paróquia

No dia 2 de Abril de 1959, por decreto do Sr. Cardeal D. Jaime de Barros Câmara, é criada a Paróquia São Francisco de Paula da Barra da Tijuca e no dia 12 do mesmo mês, é empossado como primeiro Pároco o religioso Mínimo Frei Giuliano Accardo.

Em 18 de Maio de 1959, chega ao Rio o irmão leigo Frei Paolo Morandi, procedente de Gênova, em substituição ao Frei Natale Ravásio que, por grave doença, teve que regressar á Itália.

Construção do primeiro convento (Casa Paroquial)

O terreno onde hoje é a casa paroquial, foi comprado pela Ordem à Massa Falida de Imobiliária Tijucamar, pelo preço de Cr$ 195.000,00 (Cento e noventa e cinco mil cruzeiros), tendo sido a escritura assinada pelo Pe. Giuliano Accardo, mediante procuração do representante geral da Ordem, Pe. Giacomo Tagliaferro, emitida em Roma, no dia 10 de Maio de 1961.

O projeto inicial da Casa Paroquial, foi oferecido gratuitamente pelo arquiteto Dr. Dagoberto Villaça, nosso paroquiano.

A construção iniciou-se em 09/01/1961 e foi inaugurada em 06/05/162, por ocasião da festa de S.Francisco de Paula.

Construção da nova e definitiva igreja

Para a construção da nova igreja, nossos padres puseram os olhos num terreno baldio, destinado a uma futura praça existente ao lado da casa paroquial.

O terreno pertencia ao Estado da Guanabara, pelo que nunca poderia ser vendido.

Assim, Pe. Giuliano, com visão profética e longemirante, deu-se ao trabalho de conseguir do Estado da Guanabara a “Cessão à Ordem” daquele terreno, fato este muito frequente em todo o Brasil. 

Após inúmeros estudos, consultas e entendimentos, e definidos alguns acordos entre a Ordem e o Estado da Guanabara, chegou-se a conclusão deste longo e desgastante processo.

Esta vitória deve-se inteiramente à pertinácia, constância e perseverança do Pe. Giuliano, que assumiu esta bandeira como principal empenho de Fundador da Ordem no Brasil.

O primeiro passo foi dado com a permissão para construir uma Igreja de alvenaria na Praça Euvaldo Lodi, sendo este ato assinado em 16/11/1960, pelo Dr. José de Sette Câmara, Governador Provisório do Estado da Guanabara, ato este publicado no Diário Oficial do Estado em 23/01/1960, à página 15.418 (Livro T-1 pg.7).

O segundo passo foi a assinatura do termo de obrigação entre a Ordem e o Estado da Guanabara, ainda a “titulo precário”, no dia 02/03/1962.

Com esta concessão, Pe. Giuliano lançou-se à construção da tão almejada igreja definitiva São Francisco de Paula da Barra da Tijuca.

O terceiro passo, só aconteceu em 20/10/1969, quando foi assinado o contrato de “Cessão com Encargos” do terreno da Praça Euvaldo Lodi a titulo “permanente e definitivo”, assinado entre Pe. Giuliano Accardo e o Dr. Benedito de Barros, diretor do Depto. de Patrimônio do Estado da Guanabara.

Inauguração da Nova Igreja

No dia em que se comemorava o 14º aniversário da chegada dos religiosos ao Rio de Janeiro, foi marcado para a inauguração da nova Igreja Matriz da Barra da Tijuca, dedicada à São Francisco de Paula, que teve o projeto elaborado pelo arquiteto italiano Giulio Celini.

A cerimônia de inauguração, teve início às 18h do dia 16/11/1969, com a presença do Governador Francisco Negrão de Lima, do Rev.do Oronzo Carriero, representando o Pe. Geral da Ordem, e de inúmeras autoridades civis e religiosas.

Após a Santa Missa, presidida pelo Cardeal do Rio de Janeiro D. Jaime de Barros Câmara, o Sr, Núncio Apostólico D. Humberto Monzoni deu a benção inaugural ao novo templo.

A festa teve a participação de um público de aproximadamente 10.000 pessoas